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As lideranças e o futuro


Achei muito interessantes os resultados trazidos recentemente pela 25ª edição da pesquisa realizada pela PWC com CEOs do mundo todo sobre suas perspectivas em relação ao crescimento, ameaças, prioridades estratégicas e compromissos ESG.

Ao todo foram ouvidos mais de 4.400 executivos em 89 países com relevante participação de lideranças brasileiras.

Entre os itens que chamaram mais minha atenção, houve uma mescla esperada entre confirmações de expectativas e, felizmente, algumas surpresas que podem indicar o fortalecimento de algumas tendências já observadas pelos analistas de plantão.

Logo no início da apresentação, alguns dados aparecem como destaques, por exemplo, o otimismo da maioria dos líderes em relação às perspectivas econômicas globais de curto prazo, embora alguns países mostrem redução desse otimismo, entre eles, China, Alemanha, EUA e o Brasil.

Aliás, em relação ao Brasil, a instabilidade macroeconômica e a

desigualdade social são os temas que mais preocupam em comparação com outros países, cujas principais ameaças estão nos riscos cibernéticos e nas questões relacionadas à saúde da população.

Infelizmente, as estratégias das empresas ainda são influenciadas principalmente por métricas de negócios não condicionadas às questões ambientais e sociais.

De qualquer modo, há uma tendência nas empresas que assumiram compromissos de descarbonização mais ambiciosos de incluir metas de redução de emissões de gases do efeito estufa tanto em suas estratégias corporativas quanto nos planos de remuneração variável de seus CEOs. Nesse cenário, 22% dos CEOs no mundo afirmam que suas empresas assumiram compromissos Net Zero.

Ainda entre os otimistas, chama a atenção a informação de que os CEOs brasileiros estão mais otimistas do que a média global quanto ao crescimento da receita de suas empresas. Puxa!

A pesquisa se aprofunda ainda na visão dos CEOs em relação aos mercados que consideram importantes. Nesse ranking, os EUA ampliaram a liderança sobre a China como principal mercado para crescimento. O Brasil perdeu sua posição do ano passado para dois países, a Austrália e o Canadá. Por outro lado, a China ficou bem mais atrás dos Estados Unidos em relação à pesquisa anterior.

A má notícia para nós, sem grandes surpresas, é que o Brasil vem perdendo ano a ano, desde 2013, a sua importância como mercado estratégico na opinião dos CEOs globais. De um relevante 3° lugar, este ano sua classificação foi a mais baixa, ou seja, 10° lugar.

Como uma espécie de roteiro, algumas prioridades parecem ajudar os CEOs a definirem com maior ousadia as suas estratégias em relação ao futuro para que os resultados de curto prazo, mas também o sucesso dos negócios no médio e longo prazo sejam alcançados. São elas:

Ampliar a franqueza no diálogo com seus principais Stakeholders, desenvolver novas habilidades e novos modelos de liderança em níveis mais altos da organização, levar mais a sério o planejamento de modelos de sucessão com foco no futuro, analisar mais profundamente a relação entre as prioridades e os sistemas de gestão do desempenho e, finalmente, repensar os modelos de cooperação para aumentar o potencial de sinergia entre os diversos níveis: públicos, privados e da sociedade civil.

Enfim, o que fica muito claro com mais esta versão da pesquisa é a importância cada vez mais fundamental das lideranças para que a sociedade como um todo possa manter uma visão de um futuro em que os desafios sejam vencidos e a sustentabilidade seja um ente mais concreto e real para todos nós.

Os CEOs atuais evidenciam um adequado entendimento dos cenários complexos que se formam em frente aos seus olhos e, apesar da pressão que continuam a receber em relação ao curto prazo, aparentemente, conseguem com ilógico otimismo vislumbrar possíveis caminhos que conduzam a resultados positivos também no médio e longo prazo.

Que essa percepção se consolide com o tempo e se torne a verdade que todos almejamos.

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